Maradona é desmoralizado depois de jogada oportunista
Por Wálter Fanganiello Maierovitch- Terra Magazine.
IBGF, 15 de maio de 2012.
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Matou de canela |
Socialmente, o imposto sobre a renda é o mais justo dos tributos. Lógico, estão dele isentos os que não têm condições para contribuir.
Diego Armando Maradona já teve até o brinco de diamante penhorado pelo Fisco italiano por problemas decorrentes de dívida de imposto sobre a renda. Tudo à época em que estava contratado para jogar futebol pelo Napoli.
Maradona, no ano passado, deixou de participar do programa televisivo Dançando Com as Estrelas. O programa passa na estatal RAI e é retransmitido a cabo pela RAI-Internacional. Caso continuasse a dançar como noticiou a imprensa italiana, o seu “cachê artístico” de Maradona seria penhorado pelo Fisco.
Desde o ano passado, como já noticiamos neste blog Sem Fronteiras, Maradona se insinua para ser contratado como técnico na esquadra do Napoli. Ele chegou até a declarar que trabalharia de graça. Em Nápoles, dado a carreira brilhante de futebolista e os campeonatos inéditos conquistados, Maradona é veneradíssimo. Para se ter ideia, no campeonato mundial quando atuou como técnico da seleção da Argentina, as janelas das casas em Nápoles ficaram forradas de vistosas bandeiras da celeste argentina:
http://terramagazine.terra.com.br/semfronteiras/blog/2012/03/12/fisco-italiano-aperta-marcacao-e-maradona-prepara-novo-drible/
Como todos sabem, a Itália está mergulhada numa crise econômica. Crise decorrente da calamitosa passagem de Silvio Berlusconi pela chefia do governo como primeiro-ministro. Isso levou à queda de Berlusconi e à nomeação, pelo presidente, Giorgio Napolitano, de um governo técnico, a durar até o final da legislatura em 2013, comandado pelo novo premiê Mario Monti.
Nos últimos 365 dias, suicidaram-se, em razão da crise financeira, 364 italianos. Todos com mais de 50 anos e após a bancarrota de suas pequenas e médias empresas. O último dos desesperados e abandonados pelo Estado matou-se em nome da dignidade, como informado por todas as agências internacionais de notícias.
Maradona, conhecido oportunista desde o tempo do célebre gol com a mão em campeonato mundial de futebol, criticou a política econômica italiana e focou nos suicídios. Assim, voltou a ter destaque na mídia da Itália.
Diante das declarações focadas na correlação crise-suicídios, Maradona recebeu uma precisa reposta do senador Enrico Montani: “Esse senhor (Maradona) deve 40 milhões de euros ao Fisco, o equivalente ao faturamento de cinco pequenas e médias empresas italianas”.
Depois de desmoralizado pelo senador Montani, o pretendente a técnico do Napoli, Maradona, contratou o advogado italiano Angelo Pisani para propor, contra o senador Enrico Montani, uma ação por crime contra a honra. Maradona diz não dever nada ao Fisco e não existir nenhuma ação de cobrança judicial contra ele. Na verdade, os seus inúmeros recursos administrativos continuam sendo indeferidos pelo Fisco. Mais ainda, nas tratativas para a sua contratação como técnico, o Napoli procura o patrocínio de uma empresa para pagar o débito de Maradona com o Fisco italiano.
Maradona fez jogo de cena e continua a querer driblar o Fisco. Teve resposta à altura, e agora quer se fazer de vítima de crime contra a honra. Na hipótese de se aventurar numa ação indenizatória por danos morais contra o senador Montani, é certo que, se ganhar, o Fisco italiano vai se habilitar para se ressarcir da dívida.
Pano rápido. Fora de campo, o argentino Maradona se assemelha a Pelé pela habilidade em “matar de canela”.
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